Noboa decreta novo estado de exceção no Equador na véspera de eleição polarizada
Estado de exceção é reestabelecido em meio a temores de fraude e repressão política. A medida, que dura dois meses, visa combater a crescente violência ligada ao narcotráfico no país.
A um dia da eleição mais polarizada do Equador, o governo de Daniel Noboa decretou estado de exceção em sete províncias e na capital, Quito. A medida, válida por dois meses, foi implementada a partir deste sábado, 12.
O alerta se deve ao aumento da violência, com o Equador sendo o país mais perigoso da América Latina, resultado do avanço do narcotráfico.
O decreto já é rotina no país, que está em conflito com grupos narcos há um ano. Contudo, ele gerou críticas, especialmente entre opositores da candidata Luisa González.
Os principais pontos do decreto incluem:
- Suspensão da inviolabilidade domiciliar: policiais podem entrar em residências sem autorização judicial.
- Suspensão do direito à liberdade de reunião: para prevenir a organização de grupos armados.
- Suspensão da inviolabilidade de correspondência: permite a leitura de mensagens e e-mails dos cidadãos.
Restrição de liberdade de trânsito também foi imposta entre 22h e 5h nas províncias afetadas, gerando temor entre opositores sobre tentativas de silenciar críticas.
No domingo, a população votará a partir das 7h (9h em Brasília), escolhendo entre Noboa e Luisa González. O voto é obrigatório e em papel.
Os partidos se preparam para evitar fraudes, com 95 mil delegados credenciados para monitorar a votação, levando à memória recentes eventos eleitorais no país, onde um candidato foi assassinado.