'Nossa irmã morreu de câncer por causa de teorias da conspiração da nossa mãe'
Irmãos de Paloma Shemirani culpam a mãe pela recusa do tratamento médico que poderia ter salvado a vida dela. A família busca alertar sobre os perigos das teorias da conspiração e da desinformação médica que podem causar danos fatais.
Paloma Shemirani, 23 anos, morreu em 2024, após recusar quimioterapia para tratar linfoma não Hodgkin, influenciada pela mãe, Kate Shemirani, que promove teorias da conspiração contra a Medicina.
Kate teve seu registro de enfermeira cancelado por desinformação sobre a covid-19. Após o diagnóstico de câncer de Paloma, convicta de que a quimioterapia era perigosa, ela incentivou a filha a optar por tratamentos alternativos.
Os irmãos Gabriel e Sebastian culpam a mãe pela morte de Paloma. Declaram que "não querem que ninguém passe pela mesma dor". Segundo eles, as crenças da mãe têm se tornado mais comuns e perigosas.
Kate, ao se opor às recomendações médicas, afirma que sua filha "morreu por intervenções médicas". A BBC não encontrou evidências que comprovassem essa alegação.
As convicções de Kate sobre saúde, que começaram após seu diagnóstico de câncer de mama em 2012, influenciaram fortemente Paloma desde criança, alimentando ideias sobre vulnerabilidades da Medicina convencional.
Após o diagnóstico de Paloma, mesmo com uma chance de 80% de sobrevivência com quimioterapia, ela optou por seguir a terapia Gerson, em busca de uma cura alternativa.
A BBC destaca que influenciadores como Kate têm promovido desinformação médica, aumentando os riscos de tratamentos alternativos. O oncologista Tom Roques alerta que isso pode fazer terapias perigosas se tornarem comuns.
A família busca um inquérito sobre as circunstâncias da morte de Paloma e espera que sua história sirva como alerta sobre os perigos das teorias da conspiração na saúde.