Nova medida provisória da conta de luz expõe crise no MME
Governo busca soluções para conter custos da Conta de Desenvolvimento Energético, mas enfrenta crise de articulação política no Ministério de Minas e Energia. Críticas de congressistas levantam questões sobre a capacidade do ministro em liderar a reforma do setor elétrico.
Governo federal estuda editar uma nova Medida Provisória (MP) para conter a explosão da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que pode chegar a R$ 49 bilhões em 2025.
A CDE é um encargo setorial financiado pelos consumidores, afetando tarifas de energia, a competitividade industrial e famílias de baixa renda.
A nova MP segue uma recente MP do setor elétrico que expôs a crise de articulação política do MME (Ministério de Minas e Energia) com o Congresso.
A última medida recebeu cerca de 600 emendas parlamentares, número recorde que supera em mais de 3 vezes o padrão histórico. Para comparação, a MP 998 de 2020 teve 173 emendas e a MP 579 de 2012 recebeu 181.
Na audiência da CME (Comissão de Minas e Energia), congressistas criticaram a postura do ministro Alexandre Silveira, descrevendo-a como “desrespeitosa com o Parlamento” e ressaltando a falta de diálogo.
Este cenário fragiliza o governo, especialmente em um momento em que se busca construir consensos para viabilizar reformas. É necessário avançar na reforma do setor elétrico, prometida desde o início do governo, mas ainda não implementada.
Questões estruturais como a revisão do modelo de preços e o avanço em energia limpa permanecem travadas. Medidas improvisadas ocupam o espaço de uma agenda robusta e estratégica.
É evidente que o atual ministro não possui a liderança política necessária para avançar no Congresso. Uma realocação do ministro pode ser um gesto de responsabilidade, visando destravar o futuro energético do Brasil.
O Brasil precisa de uma abordagem que rompa com o “novo normal” de improviso e falta de diálogo. É fundamental um líder que traga articulação e conhecimento para um setor tão estratégico.