Novo consignado anima bancos, mas há incertezas

Governo lança novo consignado para o setor privado, com a expectativa de triplicar o estoque atual de R$ 40 bilhões. A criação de uma central única via e-Social visa simplificar o processo, eliminando convênios bilaterais entre instituições financeiras e empresas.

Bancos estão animados, mas o início pode ser turbulento devido a incertezas operacionais. A nova linha não terá teto de juros e não garante recursos do FGTS. Instituições poderão ofertar o produto em canais próprios.

A entrada em vigor será em fases:

• 5/10: oferta via CTPS para bancos já operando consignado INSS.
• 25/04: “tombamento” das carteiras legadas.
• 6/06: habilitação de refinanciamento e portabilidade.
• 07/2023: garantias e verbas rescisórias via e-Social.

O consignado privado, criado em 2003, nunca decolou. Seu estoque está estável perto de R$ 40 bilhões desde 2022, com taxa de juros de 2,89%, mas inadimplência em 8%.

A elevada inadimplência no consignado é influenciada pela rotatividade de emprego e licença médica. Há discussões sobre a portabilidade automática do consignado ao mudar de emprego, mas implementá-la é desafiador. O consignado deve comprometer até 30% da renda.

CEOs de grandes bancos acreditam que a nova linha pode ser revolucionária, com potencial de desbloquear volumes significativos de crédito.

O diretor do banco Inter menciona que iniciará a oferta rapidamente, focando em uma experiência de contratação ágil.

Preocupações permanecem sobre como as PMEs farão o desconto em folha, dado que muitas não têm sistemas adequados. Além disso, o uso do FGTS como garantia adicional ainda é incerto e depende de resoluções legais não implementadas.

Os bancos devem focar inicialmente na base atual de clientes, enquanto a nova estrutura promete expandir o alcance do consignado privado.