Novo consignado privado: BB e Caixa devem sair na frente, mas fintechs podem ganhar espaço, diz Moody's

Instituições financeiras digitais brasileiras, como Nubank, Banco Inter e C6 Bank, têm potencial de crescimento em empréstimo consignado privado com novas regras do governo, segundo a Moody’s.

Embora Banco do Brasil e Caixa possam crescer mais rapidamente, as fintechs terão maior espaço para expansão devido à nova regulamentação.

Atualmente, bancos digitais têm participação "mínima ou inexistente" no segmento, mas a nova regra permitirá que crédito seja ofertado diretamente ao trabalhador formal. Com a Carteira de Trabalho Digital, será possível comparar taxas e as instituições usarão dados do eSocial para avaliar riscos.

A mudança é significativa, pois atualmente poucos trabalhadores formais têm acesso à modalidade, que depende de convênios entre bancos e empregadores. Dados da Moody's mostram que consignados representam apenas 2% da renda anual dos trabalhadores privados, em comparação aos 45,7% dos servidores públicos.

A Febraban estima que o saldo do consignado pode atingir R$ 120 bilhões, três vezes superior ao atual. A Moody's afirma que a penetração deste mercado ocorrerá gradualmente à medida que os bancos aperfeiçoarem seus modelos.

Com a alta da Selic e a desconfiança do consumidor, um produto mais barato e de menor risco pode suportar o mercado de crédito. No entanto, há alerta sobre pressão nas margens dos bancos, já que a migração de empréstimos mais caros pode ocorrer.

A partir de junho, trabalhadores poderão solicitar portabilidade de empréstimos mais caros para consignados, visando iniciar o novo consignado privado. A Moody’s espera que o aumento do volume e a redução de custos compensem essa pressão, resultando em um efeito líquido positivo na rentabilidade do sistema.