Novo consignado privado ultrapassa R$ 50 bi em demanda; grandes bancos ainda não entraram

Demanda pelo novo consignado privado surpreende o setor bancário, com mais de 50 milhões de simulações e 5,5 milhões de propostas solicitadas, resultando em uma demanda superior a R$ 50 bilhões. Já foram fechados mais de 16 mil contratos.

A oferta inicial é concentrada em instituições financeiras menores, com destaque para Agibank e Parati. A Caixa é o único grande banco ativo até o momento. Fontes indicam que bancos maiores esperam para ver a performance inicial antes de se envolverem mais.

Marcio Feitoza, CEO da Parati, relatou desafios no sistema da DataPrev, que afeta a precisão das margens consignáveis. Apesar de ter fechado 60 mil contratos, teve que interromper operações devido a atrasos na averbação.

O executivo afirma que a migração para o consignado é vantajosa, com taxas médias entre 3% e 4% ao mês, em comparação a quase 7% nos empréstimos convencionais.

Um executivo de um banco de médio porte aguarda melhorias no sistema, mencionando dificuldades em questões como reaverbação de dados em caso de trocas de emprego. Outro alto executivo acredita que a solução dos problemas operacionais do sistema DataPrev contribuirá para o crescimento do produto.

Os analistas do J.P. Morgan identificaram taxas entre 2,99% e 4,99%25 de abril, quando bancos poderão oferecer o produto diretamente em seus aplicativos.

Representantes de fintechs observam que grandes bancos podem hesitar em adotar o consignado privado, pois isso poderia afetar empréstimos pessoais, que têm juros mais altos. Heverton Peixoto, CEO da Omni, decidiu não ofertar o produto, sugerindo que o governo deveria ter estruturado melhor a linha de crédito para evitar pressão inflacionária.