Novo consignado privado ultrapassa R$ 50 bi em demanda; grandes bancos ainda não entraram
Demanda pelo consignado privado atinge números expressivos em seus primeiros dias, com milhões de simulações e propostas, apesar de desafios operacionais. Instituições menores lideram as operações iniciais enquanto os grandes bancos ainda aguardam melhorias antes de dar entrada na nova linha de crédito.
Demanda pelo novo consignado privado surpreende setor bancário desde seu lançamento na última sexta-feira.
Até segunda-feira à noite, 52,5 milhões de simulações foram realizadas e mais de 6,1 milhões de propostas solicitadas, ultrapassando R$ 50 bilhões em demanda. Contratos fechados já somam 22,5 mil, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego.
Atualmente, o estoque de consignado privado é de cerca de R$ 40 bilhões.
A oferta concentra-se em instituições menores, como Agibank e Parati, enquanto os grandes bancos, como a Caixa, aguardam para se adaptar ao novo produto.
Marcio Feitoza, da Parati, relata problemas no sistema da DataPrev, mas afirma ter fechado 60 mil contratos. Ele destaca a comparação das taxas de juros, onde o consignado oferece uma média de 3% a 4%, contra quase 7% ao mês.
No Agibank, Glauber Corrêa fala sobre a prontidão tecnológica e a capacidade de atender à demanda. No entanto, setores buscam mitigar gargalos operacionais, mantendo a experiência do cliente.
Fernando Perrelli, da Byx Capital, acredita que grandes bancos só participarão efetivamente após 25 de abril, quando poderão utilizar seus aplicativos.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se posicionou sobre os altos números de simulações, destacando que representam o interesse do público-alvo.
Executivos de bancos de médio porte afirmam estar integrando melhorias e observando o produto com cautela, embora a demanda tenha sido forte.
Analistas do J.P. Morgan notaram taxas entre 2,99% e 4,99%, mas apontaram que a experiência no app da CTPS não foi satisfatória.
Grandes bancos, como Inter e Nubank, ainda não aparecem nas simulações, e alguns executivos acreditam que eles podem evitar oferecer o novo consignado para não canibalizar empréstimos pessoais.
Empresas como Jeitto e Matera estão ajustando suas operações e oferecem produtos de forma gradual, enfatizando as adaptações necessárias para empregar a nova linha de crédito.