Novo ministro da Previdência declarou guardar quase meio milhão em espécie em casa

Wolney Queiroz, em sua última eleição em 2022, declarou à Justiça Eleitoral possuir R$ 431 mil em espécie em sua residência, enquanto tentava a reeleição para a Câmara dos Deputados, cargo que ocupou por cinco mandatos, mas não conseguiu vencer.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o nomeou como novo ministro da Previdência Social, em meio a suspeitas de irregularidades relacionadas a desvios de aposentadorias do INSS.

Guardar grandes quantias em espécie não é ilegal, mas pode gerar alerta para órgãos de controle. Em 2021, um projeto de lei foi aprovado no Senado para proibir transações em espécie acima de R$ 10 mil e a posse de valores superiores a R$ 300 mil, visando combater a lavagem de dinheiro. Contudo, a proposta ainda não avançou.

Além do valor em espécie, Queiroz declarou à Justiça a posse de três empresas e um apartamento avaliado em R$ 596,4 mil em Caruaru, Pernambuco. Comparando com 2018, seu patrimônio sofreu uma queda, diminuindo de R$ 2,2 milhões para R$ 1,7 milhão.

Antes de ser ministro, Wolney foi secretário-executivo do Ministério da Previdência Social e sua indicação foi atribuída a Carlos Lupi, que saiu do cargo em meio a investigações sobre descontos indevidos nas aposentadorias. Lupi admitiu ter conhecimento das irregularidades, mas não tomou as devidas providências.

Lupi também nomeou Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, demitido por sua ligação com as investigações da Polícia Federal. Em resposta às acusações, Lupi afirmou que sua decisão de renunciar foi tomada com a certeza de que seu nome não foi citado nas investigações e que apoiou todas as apurações realizadas.