Novo modelo de financiamento imobiliário vai ampliar crédito com nova regra para uso da poupança
Novo modelo de financiamento do crédito imobiliário pretende dobrar os recursos disponíveis para o setor em até dois anos. A mudança busca estabilizar as taxas de juros e modernizar o uso da caderneta de poupança.
Governo Lula estuda um novo modelo de financiamento do crédito imobiliário, visando ampliar o volume de recursos do setor.
A proposta é que 100% do saldo da caderneta de poupança seja utilizado para esse financiamento, com taxas de juros no máximo iguais às atuais. Atualmente, 65% dos depósitos são direcionados para esse fim.
O modelo permitirá que os bancos concedam crédito imobiliário com valores equivalentes ao saldo da poupança, liberando assim recursos para uso livre, com potencial de financiar juros mais baixos na modalidade habitacional.
A transição ocorrerá de forma gradual ao longo de oito a dez anos, com expectativa de aumento dos recursos em até dois anos após implementação. Estima-se que os recursos para crédito imobiliário podem dobrar nesse período.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ressalta que a caderneta de poupança enfrenta estagnação, o que justifica a mudança para um novo modelo de financiamento.
O cumprimento da nova regra será monitorado através das “originações de crédito”, que contarão por cinco anos para atingir a meta. Com o novo sistema, mais recursos entrarão no mercado, exigindo fontes alternativas de financiamento.
Embora não haja fixação de juros, as instituições financeiras que não cumprirem a meta terão uma parte dos recursos congelada, resultando em custos para o banco. O objetivo é assegurar que os juros do crédito imobiliário se mantenham estáveis e, potencialmente, mais baixos.
A transição também permitirá reduzir gradualmente o volume de depósitos compulsórios, criando espaço para ao menos estabilidade nas taxas do crédito imobiliário.
O novo modelo abrangerá todas as principais modalidades de crédito imobiliário, incluindo a construção de novas moradias. A liberação imediata da parte da poupança retida como depósito compulsório não está nos planos e ocorrerá conforme a transição avança.
Representantes da construção civil expressaram preocupações sobre a oferta de recursos, mas o direcionamento para a incorporação está assegurado. O projeto prevê que, ao cumprir a meta de 100% do saldo, os bancos possam utilizar o mesmo montante em operações livres, financiando juros menores.
