Novos gastos militares na Europa poderão ajudar as economias do continente? Entenda
Líderes da UE debatem novos investimentos em defesa com foco na segurança e na revitalização industrial. Desafios permanecem para que os gastos realmente impulsionem o crescimento econômico e fortaleçam as indústrias locais.
Líderes da União Europeia estão se preparando para gastar centenas de bilhões para reerguer suas Forças Armadas, visando a segurança do continente em um mundo em rápida mudança.
Os investimentos são vistos como uma oportunidade para revitalizar o setor industrial em declínio e impulsionar o crescimento econômico.
Uma reunião em Bruxelas discutirá a conexão entre gastos em defesa e competitividade, após a Comissão Europeia divulgar um documento sobre o futuro da defesa na quarta-feira.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que “a força econômica e o plano de se rearmar são dois lados da mesma moeda”.
No entanto, existem desafios significativos, já que a maioria das economias europeias possui indústrias de defesa modestas e depende de importações de armamentos americanos.
O presidente francês, Emmanuel Macron, defende que os aliados optem por sistemas de defesa franceses em vez de americanos. Portugal também considera substituir sua frota por aeronaves europeias.
Desenvolver indústrias militares requer tempo. O provável chanceler alemão, Friedrich Merz, ressaltou a necessidade de reconstruir capacidades de defesa, propondo uma nova legislação para permitir mais gastos militares.
Desde 2021, as nações europeias aumentaram os gastos em defesa em quase um terço, mas somados, seus orçamentos ainda são menores que a metade do gasto americano.
Economistas estimam que, se a UE coordenar seus investimentos, o impacto econômico poderá ser significativo, ajudando a combater a descrescente força de trabalho europeia.
A UE planeja lançar um programa de empréstimos de 150 bilhões de euros e afrouxar regras fiscais para liberar mais investimentos.
Embora existam incertezas, espera-se que o aumento dos gastos militares impulsione o crescimento econômico europeu, com estimativas previsões positivas de crescimento até 2027.
Entretanto, a transição de montadoras para fábricas de armamentos levanta questões sobre a viabilidade dessa transformação. A empresa Rheinmetall já está expandindo sua capacidade, criando empregos e construindo fábricas na Europa.
Em resumo, a capacidade da UE de coordenar seus gastos em defesa e desenvolver indústrias próprias determinará os benefícios econômicos e estratégicos dessa nova direção.