Número de beneficiários do BPC vai dobrar e chegar a 6,7% da população em 2060, projeta governo
Projeções apontam crescimento expressivo no número de beneficiários do BPC, que deve atingir 14,1 milhões até 2060. O aumento nas despesas, que podem chegar a R$ 1,48 trilhões, destaca o impacto da vulnerabilidade social e do envelhecimento populacional nas contas públicas.
Projeções do governo federal indicam que o número de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) irá mais que dobrar até 2060, chegando a 14,1 milhões de brasileiros.
Esse total representará 6,7% da população brasileira, de acordo com o IBGE. Os gastos com o BPC devem atingir R$ 1,48 trilhão em 2060, com previsão de R$ 133 bilhões em 2026.
Os dados são da Avaliação da Situação Financeira e Atuarial dos Benefícios Assistenciais, publicada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) junto à proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026.
Atualmente, o BPC atende mais de 6,7 milhões de brasileiros, sendo 2,7 milhões idosos e 4 milhões com deficiência. Cada beneficiário recebe um salário mínimo por mês, com renda familiar permitida de até um quarto do salário mínimo.
- 2026: Gasto com idosos: R$ 54,7 bilhões, com deficiência: R$ 78,6 bilhões.
- 2060: Gasto com idosos: R$ 830,3 bilhões, com deficiência: R$ 655,7 bilhões.
O número de idosos beneficiários deve quase triplicar, enquanto o de pessoas com deficiência aumentará mais da metade. O MDS aponta que esses dados refletem o envelhecimento populacional e fatores de vulnerabilidade.
O documento ressalta que as projeções de longo prazo são baseadas em dados demográficos e macroeconômicos, essenciais para melhorar o planejamento orçamentário. O BPC, por ser um benefício assistencial, é financiado integralmente pelo Tesouro Nacional, caracterizando uma despesa obrigatória.
O impacto fiscal do BPC se intensifica com a vinculação do valor ao salário mínimo, especialmente em anos com reajustes reais acima da inflação. O TCU recomendou projeções de longo prazo em 2024 para melhor planejamento dos gastos governamentais.