Nunca antes: com guerra comercial de Donald Trump, ouro ultrapassa cotação de US$ 3 mil
Ouro atinge marco histórico impulsionado por compras de bancos centrais e incertezas econômicas. Metal precioso se consolidou como reserva de valor em meio a tensões geopolíticas e trade wars.
O preço do ouro ultrapassou US$ 3 mil por onça pela primeira vez na história, subindo até 0,4% e alcançando US$ 3.001,20 nesta sexta-feira.
A ruptura da barreira dos US$ 3.000 reafirma o ouro como reserva de valor em tempos de incerteza econômica. Nos últimos 25 anos, o preço do ouro aumentou dez vezes, superando até o S&P 500.
Bancos centrais compraram ouro em grandes quantidades, elevando o fluxo para os depósitos da bolsa Comex em Nova York. Entre a eleição e março, mais de 23 milhões de onças foram transferidas, avaliadas em cerca de US$ 70 bilhões.
Historicamente, socos nos preços do ouro marcam períodos de estresse econômico. Depois da pandemia, os preços caíram, mas começaram a subir em 2023, impulsionados por compras de bancos centrais e consumidores temerosos.
China e outros países aumentaram suas compras de ouro devido a preocupações econômicas e à inflação alta. O medo de perder a valorização também motivou os investidores.
A política comercial agressiva do governo de Trump contribuiu para a alta do ouro, com tarifas impostas ao Canadá, México, UE e China. Isso gerou incerteza econômica global.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 levou a um aumento significativo nas compras de ouro pelos bancos centrais, que agora buscam diversificar suas reservas.
O pico histórico ajustado pela inflação do ouro, de US$ 3.800 por onça em 1980, ainda está distante. Fatores semelhantes podem continuar a impulsionar o preço do ouro em 2025.
Analistas do Bank of America afirmam que atingir US$ 3.500 por onça exigirá um crescimento de 10% na demanda por investimento.