'Nunca desde 1945 a liberdade esteve tão ameaçada', diz Macron
Macron destaca a importância de um investimento recorde em defesa para enfrentar ameaças contemporâneas, com um aumento significativo no orçamento militar da França. O presidente francês convocou a união da Europa em um momento crítico, enfatizando a necessidade de garantir a segurança no continente diante das incertezas globais.
Emmanuel Macron declarou em discurso às Forças Armadas francesas que “nunca desde 1945 a liberdade esteve tão ameaçada”. A afirmação foi feita em meio ao anúncio de aumento no orçamento da defesa do país: € 3,5 bilhões (R$ 20,1 bilhões) em 2026 e € 3 bilhões (R$ 16,9 bilhões) em 2027.
Macron ressaltou que, em dois anos, a defesa francesa contará com um total de € 64 bilhões, o dobro do que tinha em 2017. “Este esforço é indispensável. É realmente o que precisamos”, declarou na noite de domingo (13), em Paris.
Ele afirmou que os novos valores serão levados à Assembleia Nacional pelo primeiro-ministro, François Bayrou, na terça-feira (15). A França enfrenta dificuldades orçamentárias, com expectativa de cortes em um Parlamento hostil ao governo de Macron.
Para mitigar o déficit fiscal de cerca de 6%, Macron considerou a possibilidade de um corte de 1,1% do PIB em 2026. A destinação para defesa passará de 2% para 3,5% do PIB.
O presidente mencionou a necessidade de se preparar para a **ameaça russa**: “Uma ameaça nas fronteiras da Europa... à qual teremos de ser capazes de fazer face”, referindo-se ao leste europeu.
O acordo entre Macron e Keir Starmer para coordenar arsenais atômicos destaca a gravidade do momento. “Estamos mergulhando em anos onde a história se faz”, acrescentou.
Macron prometeu aumento de salários para as Forças Armadas e buscará engajar reservistas e jovens ao serviço militar. Ele enfatizou: “Para sermos livres, é preciso ser temido... e poderoso.”
O presidente também anunciou investimentos em tecnologia para uma guerra híbrida: drones, ciberataques e interferências em eleições.
“Nesta era de predadores, ninguém pode ficar parado”, alertou.
Em memória do 14 de Julho, Macron pediu: “Defendamos nossa liberdade como estiveram dispostos a defendê-la, geração após geração.”