NYT: Por que as pessoas no mundo estão mais esperançosas, menos os americanos
Pesquisa global revela que, enquanto o otimismo cresce em muitos países, nações ricas enfrentam queda acentuada no bem-estar. O estudo destaca a importância de valores sociais e espirituais para a prosperidade sustentável.
Pesquisa da Gallup aponta que mais pessoas no mundo se sentem mais esperançosas e prósperas.
Em uma nova pesquisa, a Gallup entrevistou pessoas em 142 países, revelando que o número de indivíduos se dizendo prósperos tem crescido constantemente, enquanto a porcentagem de pessoas que afirmam estar sofrendo caiu para 7%, o menor nível desde 2007.
No entanto, desigualdades regionais foram identificadas. Países como Estados Unidos, Canadá, Europa Ocidental, Austrália e Nova Zelândia apresentaram quedas acentuadas nas taxas de bem-estar. Em 2007, 67% dos americanos e canadenses se diziam prósperos; agora esse número caiu para 49%.
A desconexão entre saúde econômica e social é uma das tendências preocupantes. Apesar de bons indicadores econômicos, a confiança social e a satisfação com a vida diminuíram. Apenas 30% dos americanos se sentem otimistas sobre o futuro, segundo o relatório Edelman Trust Barometer 2025.
Fatores associados à prosperidade incluem:
- Sentimento de pertencimento à comunidade;
- Participação em atividades religiosas;
- Percepção de que a vida tem propósito.
Paises como Israel e Polônia se destacam em bem-estar em múltiplos aspectos, enquanto Japão e países escandinavos têm bom desempenho material, mas baixa percepção de significado.
A pesquisa indica que valores socioculturais impactam o bem-estar. Nações que abordam o crescimento econômico sem sacrificar laços sociais estão obtendo melhores resultados.
Os mais afetados pelo declínio do bem-estar são jovens e progressistas. A felicidade dos jovens atualmente apresenta uma trajetória em declínio, enquanto os níveis de depressão aumentam entre os estudantes “muito liberais”.
A conclusão é clara: a ganância e a obsessão pelo sucesso econômico têm levado a uma negligência das condições sociais e morais que sustentam a realização humana, exigindo uma reflexão cultural profunda sobre valores.