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NYT: Uber recebe denúncia de agressões sexuais a cada 8 minutos nos EUA

Relatórios revelam que a Uber enfrenta graves questões de segurança, com uma média de uma denúncia de agressão a cada oito minutos. Apesar das iniciativas em tecnologia e mudanças de políticas, a empresa continua a priorizar seu crescimento em detrimento da segurança dos usuários.

A Uber registrou, em média, uma denúncia de agressão ou má conduta sexual a cada oito minutos entre 2017 e 2022 nos EUA, segundo documentos judiciais mantidos em sigilo. Este número é significativamente maior do que o 12.522 casos de agressões sexuais graves divulgados oficialmente pela empresa no mesmo período.

A empresa, que se apresenta como uma plataforma de transporte segura, atrasou a implementação de soluções de segurança. Relatos de ex-funcionários indicam que decisões de segurança priorizaram interesses corporativos em vez de proteger os usuários.

Entre as iniciativas testadas, destacam-se:

  • Algoritmos de pareamento;
  • Gravação obrigatória de vídeo;
  • Motoristas mulheres para passageiras.

Apesar das ferramentas, muitos casos não são notificados devido a medo e vergonha. A maioria das vítimas é mulher e os ataques ocorrem geralmente à noite e nos finais de semana. A empresa reconhece que o problema persiste, com uma alta no total de relatos após a pandemia.

Internamente, a Uber admitiu que suas iniciativas de segurança não eliminam completamente os riscos. Um caso recente em Houston destacou falhas graves no sistema, onde uma mulher foi estuprada por um motorista que já tinha registros de conduta inadequada.

Desde a renúncia do ex-CEO Travis Kalanick em 2017, após escândalos, a empresa prometeu mais transparência, mas os relatos de agressão sexual continuam a aumentar. O Government Accountability Office afirma que a violência sexual é subnotificada e que não há um banco de dados centralizado sobre esses incidentes.

A Uber também implementou um algoritmo preditivo em 2022 para reduzir os riscos, mas relatórios mostram que o sistema ainda despachava corridas de alto risco. A instalação de câmeras em veículos, considerada uma medida eficaz, foi adiada para evitar compromissos legais com motoristas autônomos.

A empresa tem enfrentado mais de 3.000 ações judiciais desde que aboliu cláusulas de arbitragem obrigatória em 2018. Um juiz decidiu recentemente que documentos relacionados aos casos devem ser revelados, com um julgamento agendado para setembro.

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