O bilionário 'super-homem' de Hong Kong e a batalha pelo Canal do Panamá
Li Ka-shing enfrenta novos desafios enquanto tenta expandir seus negócios no Ocidente, em meio a tensões geopolíticas entre os EUA e a China. Críticas sobre suas ligações com o governo de Pequim aumentam à medida que busca oportunidades de aquisição significativas, como a Thames Water.
Li Ka-shing, o bilionário de Hong Kong, tem uma visão de longo prazo sobre a gestão de seu império global.
Recentemente, Donald Trump declarou que "a China está operando o Canal do Panamá", referindo-se à atuação da CK Hutchison em dois portos panamenhos. Isso gerou preocupações legais desde que o grupo conseguiu os contratos em 1997, levando a um processo panamenho para cancelar as concessões.
Li, o homem mais rico de Hong Kong, construiu um conglomerado diversificado, atuando em portos, varejo, infraestrutura e telecomunicações. Sua empresa enfrenta pressão devido à queda de mais de 40% em suas ações nos últimos cinco anos, e planeja usar um caixa de guerra de USD 16,7 bilhões para aquisições, como a Thames Water no Reino Unido.
A CK Infrastructure fez uma oferta preliminar de 7 bilhões de libras pela Thames Water, competindo com uma oferta de 4 bilhões de libras da KKR. Contudo, a geopolítica pode impactar seus planos.
Li, que iniciou sua carreira na fabricação de plásticos, viu sua empresa reportar um lucro de USD 3 bilhões em 2023. Apesar das críticas por suas ligações com a China, ele e a CK Hutchison mantiveram uma relação comercial complexa, especialmente após os eventos de 2019 que intensificaram a percepção de que as empresas de Hong Kong são consideradas chinesas.
Os EUA revogaram os privilégios comerciais de Hong Kong em 2020, afirmando que a cidade não era mais autônoma. Com relação à sua posição, analistas lembram que a CK Hutchison gera mais da metade de sua receita fora da China, principalmente no Reino Unido, onde possui ativos estratégicos.
Li, agora com 96 anos, continua ativo e busca novas oportunidades de investimento. A percepção da empresa como chinesa preocupa, mas Li afirma que isso não deve limitar suas operações.