O Brasil é dependente da China? E quais os riscos disso?
Lula reitera seu reconhecimento da China como economia de mercado, destacando a duradoura parceria comercial entre os dois países. Especialistas analisam a dependência mútua e os riscos associados à concentração de exportações brasileiras para o gigante asiático.
Reunião histórica: Em novembro de 2004, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu a China como economia de mercado, gesto controverso que tinha implicações comerciais significativas.
Durante sua visita recente à China, Lula reafirmou: "Não me arrependo." O reconhecimento visava legitimar as práticas comerciais de um país criticado na época.
Crescimento comercial: Desde 2004, o comércio Brasil-China saltou de US$ 9,1 bilhões para US$ 35 bilhões em 2009, tornando a China o principal parceiro comercial brasileiro.
Em 2024, a China representou 28% das exportações brasileiras, aumentando para 30% em 2023. Os EUA, em segundo lugar, correspondem a 12%.
Relação de dependência: Analistas dividem opiniões sobre a dependência do Brasil em relação à China, com preocupações sobre o impacto de crises econômicas chinesas na economia brasileira.
Vulnerabilidades: Dependência excessiva em commodities pode expor o Brasil a riscos financeiros, como queda de preços internacionais.
Pessoas chave como o ex-ministro Celso Amorim e o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, ressaltam a necessidade de diversificação nas exportações e redução da dependência.
Propostas de diversificação: O governo brasileiro busca novos parceiros comerciais, como o Sudeste Asiático e a União Europeia, e planeja diversificar sua pauta exportadora para incluir mais produtos industriais.
Investimentos recentes: Empresas chinesas anunciaram investimentos significativos no Brasil, incluindo a montadora GAC com R$ 7,39 bilhões para carros elétricos e Envision com R$ 5 bilhões para combustível sustentável.
Esses passos são parte de um esforço mais amplo para promover a neo-industrialização no Brasil e melhorar a posição comercial do país no cenário internacional.