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O Brasil vai conseguir cumprir as metas de universalização de água e esgoto até 2033?

Brasil enfrenta desafios significativos para alcançar a universalização do saneamento básico até 2033, necessitando de R$ 550 bilhões em investimentos. Apesar da crescente participação da iniciativa privada, a transformação do setor ainda depende de um equilíbrio entre o retorno para investidores e serviços de qualidade para a população.

Investimentos em Saneamento no Brasil

Desde a aprovação do novo marco legal do saneamento em 2020, o Brasil tem visto um aumento significativo nos investimentos no setor, com expectativa de continuidade nesse crescimento nos próximos anos. No entanto, atingir a meta de universalização até 2033 é um desafio.

A pesquisa da Roland Berger revela que o investimento em 2022 foi de R$ 23 bilhões, mas o Brasil precisará de R$ 550 bilhões para alcançar os objetivos de 99% de acesso à água e 90% a esgoto. Este número se alinha com estimativas do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Instituto Trata Brasil.

Atualmente, apenas 50% da população brasileira tem acesso a saneamento, deixando 33 milhões sem água e 80 milhões sem esgoto. Geoff Gage, da Roland Berger, destaca a necessidade de atrair um grande volume de investimentos e garantir retorno atraente para os investidores.

A privatização de estatais e concessões previstas para 2025 e 2033 deve gerar R$ 75 bilhões e R$ 105 bilhões, respectivamente. Entretanto, o Brasil ainda enfrenta desafios com a segurança jurídica dos contratos e o desconhecimento global sobre seus projetos de privatização.

Os leilões recentes, como o de água e esgoto no Pará, indicam potencial interesse dos investidores. A companhia Aegea comprometeu-se a investir R$ 15,2 bilhões em serviços no estado.

Este ano, existem 159 projetos em planejamento, com 75 iniciando modelagem. Apesar do progresso, a meta de 2033 pode se estender até 2039 devido aos desafios econômicos e logísticos, especialmente nas regiões mais pobres.

A falta de investimento adequado é evidente em cifras: o Brasil investiu R$ 111 por habitante, enquanto precisa de R$ 231. Muitos estados buscam parcerias com o setor privado para suprir essa lacuna.

Além disso, os investimentos em saneamento também impactarão toda a cadeia de utilities, prevendo movimentação entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões em 2024, aumentando para R$ 150 bilhões até 2030.

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