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O caso de amor gay por trás de crise na monarquia britânica no século 14

A nova montagem da peça "Edward II" da RSC explora as complexidades da homossexualidade na realeza britânica. O relacionamento do rei Eduardo com Piers Gaveston acende debates sobre amor, poder e intolerância no contexto contemporâneo.

Em março, a Companhia Real de Shakespeare (RSC) lançou uma nova produção de Edward II, de Christopher Marlowe, em Stratford-upon-Avon, Inglaterra.

A peça, datada do século 16, explora a vida do rei Eduardo II, um monarca queer, e sua relação controversa com Piers Gaveston, que prejudicou sua autoridade. Ela permanece relevante, especialmente considerando a homossexualidade rara na família real britânica.

Eduardo II, que reinou de 1307 a 1327, casou-se com Isabella da França e teve quatro filhos, mas a trama foca em seu amor por Gaveston e a crise resultante para o reino. As insinuações queer são evidentes em diálogos da peça, contribuindo para a reputação de Eduardo como "rei gay".

O historiador Kit Heyam observa que a peça ajudou a abrir discussões sobre a sexualidade de Eduardo, apesar de incertezas sobre seus relacionamentos. Elementos da peça refletem o movimento LGBTQIA+ contemporâneo, e a produção atual visa abordar temas sobre aceitação e homofobia ainda presentes na sociedade.

A peça teve histórico de censura, especialmente nos séculos 18 e 19. O ator Ian McKellen interpretou Eduardo II em 1969, marcando o primeiro beijo gay na televisão britânica.

O filme de 1991, dirigido por Derek Jarman, também contribuiu para a visibilidade queer da obra, incorporando questões contemporâneas de direitos LGBTQIA+.

A historiadora Kathryn Warner sugere que Eduardo pode ser visto como bissexual, dada sua complexidade sexual. O fracasso de Eduardo em equilibrar poder e amizade levou à sua queda, culminando em um trágico destino popularizado na peça.

Por fim, a obra de Marlowe convida o público a refletir sobre as consequências da intolerância e o valor do amor verdadeiro, questões universais que ainda ressoam hoje.

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