O Ceará comprova a vantagem da diversificação produtiva
Crescimento de 25,1% no PIB da agropecuária cearense destaca a força do setor em meio a desafios tecnológicos e de mercado. Produtores diversificados e a irrigação são fundamentais para o sucesso da agricultura no estado.
Visita ao Ceará destaca crescimento do agro
Recentemente, o autor esteve no Ceará para discutir desafios do agro brasileiro. Ao chegar a Fortaleza, recebeu a boa notícia de que o PIB da agropecuária estadual cresceu 25,1% em 2024. Isso mostra que o campo está sustentando a economia do Brasil.
Com chuvas regulares, o estado obteve colheitas satisfatórias nas lavouras de sequeiro, como feijão, mandioca e milho. A produção de grãos aumentou 9% e a de tubérculos 12%.
A castanha de caju foi o destaque, com um crescimento de 61% na safra, reafirmando a liderança do Ceará nesse produto. O estado também se fortalece em atividades irrigadas, como banana, coco-de-Bahia e pimentão, muitas vezes cultivados em estufas modernas.
A produção animal apresenta crescimento na avicultura e na pecuária de leite, além da carcinicultura (camarão). A produção se concentra em alimentos variados, com foco no mercado interno, gerando trabalho para pequenos e médios agricultores.
Diversificação produtiva é a grande vantagem do agro cearense, com diferentes produtores contribuindo para a economia. O Censo Agropecuário de 2017 mostrou que 60,4% do valor agrícola é de agricultura empresarial, enquanto 39,6% é de estabelecimentos familiares.
Um grande desafio é a adoção de novas tecnologias, especialmente para pequenos agricultores, que enfrentam problemas de ineficiência e falta de capacitação. O acesso ao mercado também é crucial, pois a qualidade dos produtos determina a competitividade.
O mercado local é dominado por pequenos comerciantes, mas grandes redes de supermercados exigem produtos padronizados e certificados. O autor constatou que a união dos agricultores e o suporte do poder público são essenciais para superar os desafios.
O estado deve oferecer marcos legais e normas técnicas, como a inspeção sanitária, para que pequenos produtores possam prosperar legalmente. O autor ressaltou que a ineficiência do poder público é um obstáculo ao progresso.
A experiência no Ceará deixou o autor animado, enfatizando a vasta possibilidade de diversificação na produção rural brasileira. Ele reforçou que não há oposição entre produzir commodities e alimentos básicos; ambos são complementares
O autor conclui que é um erro acreditar que agricultores familiares e patronais são adversários, pois, na verdade, são irmãos na luta pelo agro.