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O clima de medo entre pesquisadores brasileiros nos EUA com política de Trump: 'Não vejo a hora de voltar ao Brasil e ter meus direitos garantidos''

Estudantes brasileiros nos EUA enfrentam incertezas com cortes em financiamento e repressão a temas de pesquisa. Temores sobre segurança de visto e censura afetam a comunidade acadêmica em meio a novas políticas sob o governo Trump.

Pesquisadores brasileiros nos EUA enfrentam incertezas

Josué M., um estudante de Ciências Sociais, compartilha a ansiedade de estudar nos EUA após a volta de Donald Trump à presidência em 2023. Ele aponta a energia negativa nas universidades e a incerteza quanto ao futuro de seu visto.

Apesar do contato com vários pesquisadores, poucos se sentiram seguros para falar sobre suas preocupações, temendo represálias e a revogação de vistos. A BBC News Brasil registrou que muitos deles não querem expor suas identidades.

Cortes orçamentários severos e mudanças nas políticas de diversidade e inclusão são as principais queixas. Josué menciona a interrupção de bolsas e projetos em andamento, o que afeta intensamente a pesquisa acadêmica. Instituições como Harvard estão enfrentando congelamentos em fundos após se oporem a demandas do governo.

De acordo com os entrevistados, o ambiente acadêmico se tornou hostil, levando à autocensura sobre determinados temas e palavras. A pressão provoca insegurança entre os acadêmicos, que agora evitam discussões abertas e até eventos.

As instituições de ensino começam a refletir sobre a validação de estudantes internacionais, pois a incerteza se torna um fator dissuasivo. A perda de prestígio nas universidades americanas é prevista, com estudantes buscando alternativas mais seguras na Europa.

O clima de desconfiança é exacerbado por boatos sobre agentes de imigração que rondam os campi e a possibilidade de deportação por infrações menores, criando um ambiente de medo constante.

Os pesquisadores sentem que toda essa transformação pode levar à fuga de cérebros e prejudicar a inovação científica nos EUA. Eles expressam que, apesar de suas contribuições significativas, são tratados como descartáveis em um sistema que agora prioriza políticas governamentais.

Além disso, a insegurança emocional afeta a saúde mental dos acadêmicos, que vivem sob constante vigilância e preocupações quanto ao futuro. Josué exemplifica a frustração de não ver mais um futuro promissor nas universidades americanas, um espaço que deveria ser de liberdade acadêmica.

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