O crescente movimento de empresas que abandonam políticas de diversidade nos EUA

Victoria's Secret mudou suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), suspendendo a meta de promoção para funcionários negros após relançar seu desfile anual focado em diversidade. A CEO, Hillary Super, anunciou mudanças que substituem menções diretas a DEI por termos como "pertencimento" e removeram seções sobre diversidade de fornecedores.

Essas alterações acompanham uma tendência no CEO dos EUA desde a posse de Donald Trump, onde diversas empresas, como McDonald's, Amazon e Disney, estão abandonando programas de diversidade. A Disney, por exemplo, anunciou um foco maior em resultados comerciais, deixando de exibir avisos em filmes clássicos.

A Suprema Corte dos EUA declarou inconstitucional o uso de cotas em universidades, criando insegurança jurídica no setor privado. Estados como Alabama e Iowa aprovaram leis que proíbem projetos de DEI em instituições públicas.

Entre os críticos do DEI estão Elon Musk e Bill Ackman, que argumentam que programas de diversidade promovem discriminação inversa. Um estudo do The Conference Board mostrou que 25% de 100 empresas pretendem reduzir o foco em igualdade racial e de gênero.

O Fearless Fund enfrentou um processo por discriminação, acusando a organização de "preferências baseadas em raça". Especialistas como Marion Devine alertam que o abandono das políticas de DEI pode ter efeitos negativos nas empresas a longo prazo.

No Brasil, a tendência de abandono do DEI ainda não se materializou, com empresas como McDonald's e Arcos Dourado mantendo suas iniciativas. A consultora Luanny Faustino acredita que o país está seguindo uma direção oposta.

Por outro lado, há preocupações com a autenticidade do compromisso das empresas com a diversidade e o impacto negativo que a reversão de políticas pode ter no futuro.