O deserto de Fernando Haddad após apresentar a reforma do Imposto de Renda
Ministro da Fazenda enfrenta desafios fiscais com proposta de isenção de Imposto de Renda. Alterações no projeto e pressões do Congresso complicam a viabilização das promessas de campanha do governo.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfrenta desafios após envio de projeto de lei ao Congresso que isenta de Imposto de Renda salários de até R$ 5 mil.
Haddad deve evitar aumento na fatura para os cofres públicos, enquanto busca garantir compensações para viabilizar a proposta.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou que a isenção do IR, uma promessa de campanha de Lula, poderá sofrer alterações, especialmente no que diz respeito a impostos sobre alta renda e dividendos remetidos ao exterior.
A equipe econômica preparou o projeto com uma margem de gordura para possíveis cortes, permitindo ajustes sem afetar o objetivo final. R$ 8 bilhões a menos não preocupam Haddad.
A Receita Federal alertou que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) terminaria neste mês, limitando seu custo a R$ 15 bilhões, e que isso poderia dificultar o cumprimento da meta fiscal.
Outro desafio de Haddad é combater fraudes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que poderia gerar economias de ao menos R$ 2 bilhões. No entanto, um decreto para regulamentar essa fiscalização enfrenta atrasos por propostas que poderiam aumentar os gastos.
O Orçamento aprovado revela lacunas em receitas e despesas, necessitando correções para evitar descumprimentos da meta de déficit zero.
Haddad, ao anunciar a nova faixa de isenção do IR, alertou que isso poderia elevar o dólar acima de R$ 6. Essa previsão se confirmou, gerando desconfiança sobre a capacidade do governo de lidar com novos desafios fiscais ao longo do ano.