O dia em que Albert Einstein foi convidado para ser presidente de Israel
Albert Einstein recusou o convite para presidir Israel, alegando falta de aptidão para a função. Sua recusa reflete a complexidade de sua relação com o sionismo e as questões políticas do novo país.
Chaim Weizmann (1874-1952) foi um renomado bioquímico e líder do sionismo, idealizando a criação de um Estado judaico na Palestina.
Após o Holocausto, em 1947, a ONU aprovou a divisão da Palestina, criando Israel em 1948. Contudo, a Palestina ainda não é um Estado pleno, reconhecido por mais de 140 países, inclusive o Brasil desde 2010.
Pais como França e Austrália anunciaram novas intenções de reconhecimento da Palestina durante a próxima sessão da ONU.
Weizmann tornou-se o primeiro presidente de Israel em 1949, cargo cerimonial, morrendo em 1952. Após sua morte, o governo israelense buscou um novo presidente e convidou Albert Einstein.
Einstein, que fugira da Alemanha em 1933, respondeu ao convite de forma cortês, mas recusou, alegando falta de habilidades para funções oficiais e preocupações com sua relação com o povo judeu.
Ele tinha um forte vínculo com o sionismo e defendia um Estado binacional, criticando a violência no contexto do novo país. Uma carta aberta de 1948 condenou ações do político Menachem Begin, associando o partido dele a ideologias fascistas.
Embora Einstein tenha se posicionado tanto como crítico quanto defensor de Israel, seu compromisso com um internacionalismo limitava seu nacionalismo. Ben-Gurion decidiu não insistir após a recusa de Einstein.
O historiador Michel Gherman observa que Einstein foi convidado não só por ser judeu, mas por seus laços com o sionismo. Outros intelectuais reverenciados, como Hannah Arendt e Martin Buber, participaram de grupos que defendiam a coexistência.
O cargo foi então para Yitzhak Ben-Zvi, e o partido de Begin cresceu em influência, tornando-se a base do conservadorismo em Israel, com Begin ocupando o cargo de primeiro-ministro por muitos anos. Hoje, o Likud, sob a liderança de Benjamin Netanyahu, é a força dominante.