O dilema da ajuda aos países pobres: doações salvam vidas, mas nações não melhoram IDH
O governo Trump altera a dinâmica da ajuda internacional, reduzindo investimentos e desconsiderando seu impacto ético. Artigo da The Economist destaca a falência do modelo atual, que falha em promover desenvolvimento sustentável nas nações mais necessitadas.
Governo Trump e a ajuda internacional: O governo de Donald Trump está desvirtuando a diplomacia e a cooperação global. A ajuda externa tornou-se uma ferramenta de chantagem política, resultando em cortes em programas humanitários que afetam populações vulneráveis.
Trump abandonou a lógica do soft power e adotou um isolacionismo agressivo, priorizando o protecionismo e a diplomacia punitiva. O problema não é apenas a redução da ajuda, mas a falta de reconhecimento do seu papel ético em salvar vidas.
Modelo de ajuda internacional sob crise: Um artigo da The Economist aponta que o modelo atual de ajuda internacional está falido. Dados do Banco Mundial, FMI e OCDE mostram que a dependência de ajuda externa raramente leva a um crescimento sustentável.
Em 2024, a Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (ODA) foi de US$ 212,1 bilhões, uma queda de 7,1% em relação ao ano anterior. Apesar disso, muitos beneficiários continuam mal classificados em desenvolvimento humano.
- Malauí: Recebe ajuda que corresponde a mais de 25% de seu PIB, mas enfrenta estagnação no crescimento per capita e inflação acima de 30%.
- Haiti, Sudão do Sul e República Centro-Africana: Investimentos bilionários em programas sociais, mas poucas mudanças nas condições de vida.
O FMI observou que, em mais da metade dos 70 países de baixa renda monitorados, a renda per capita real não mudou em 15 anos.
A nova abordagem: É preciso reconhecer que o modelo de ajuda atual não corresponde às realidades locais. Em vez de fortalecer a responsabilidade do Estado, a ajuda pode substituí-la.
Quando a ajuda é condicionada a reformas estruturais e boa governança, como no Vietnã e Bangladesh, os resultados são positivos, com crescimentos superiores a 5% ao ano.
Assim, doar não é o fim, mas o começo de um compromisso compartilhado com o futuro.