O emperramento do ajuste fiscal
Ministro da Fazenda reconhece a necessidade de soluções estruturais para a crise fiscal, mas propõe aumento de impostos sem cortes significativos nas despesas. O Congresso se mostra cético quanto ao apoio às medidas e destaca a urgência de reformas administrativas e previdenciárias.
Questão Fiscal no Brasil
A situação fiscal do Brasil pode ter que piorar muito antes de começar a melhorar. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que o problema é estrutural e não apenas resultado de "heranças malditas".
Ele propôs um aumento da carga tributária, mas não apresentou cortes significativos nas despesas, que somam R$ 544 bilhões em renúncias tributárias, correspondendo a 4,4% do PIB.
A situação requer soluções estruturais, não apenas remendos.
Haddad buscou apoio político antes de implementar medidas, mas o presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que a aprovação não é garantida.
Uma reforma administrativa radical é considerada necessária para reduzir o Estado ineficiente, embora a seriedade dessa proposta seja questionável.
A Previdência Social enfrenta um descalabro atuarial, com despesas com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) aumentando mais de R$ 40 bilhões por ano se os critérios atuais forem mantidos. Além disso, há um cenário de fraudes no sistema.
O presidente da Câmara alertou para a rapidez do descambar para a ingovernabilidade. Resta saber se essa situação irá quebrar o paradigmático atual.