O escândalo envolvendo cassinos que pode derrubar primeiro-ministro de Portugal

Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, enfrenta uma moção de desconfiança no Parlamento. Se aprovada, novas eleições serão convocadas.

A crise foi causada por um escândalo relacionado à sua família. A esposa e os filhos de Montenegro são sócios da empresa de consultoria Spinumviva, acusada de conflito de interesse.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa decidirá sobre a dissolução da Assembleia e a convocação das eleições, previstas entre 11 e 18 de maio.

Montenegro é líder do PSD e comanda um governo frágil com minoria no Parlamento, com 80 assentos contra 128 dos partidos de oposição.

Revelações do Correio da Manhã mostraram que a Spinumviva teria clientes como um grupo de cassinos, que renovará contratos com o governo. Críticos afirmam que ainda há conflito de interesse, dado que Montenegro é casado em comunhão parcial de bens.

O líder da oposição Pedro Nuno Santos acusou Montenegro de receber pagamentos de empresas enquanto era primeiro-ministro, mencionando um valor mensal de 4.500 euros pagos pela Solverde à Spinumviva.

A empresa da família de Montenegro também se beneficiou de uma lei aprovada em 2024 que mudou regras para construção em áreas rurais. Montenegro foi seu fundador e transferiu suas quotas para a família antes de ser eleito.

Na sequência da crise, a Ordem dos Advogados e a Procuradoria-Geral da República abriram investigações. Montenegro pediu uma auditoria quanto a suas declarações de rendimentos.

A situação reforçou a percepção de corrupção na política portuguesa, e a atual crise se assemelha à renúncia do ex-primeiro-ministro António Costa, que deixou o cargo diante de suspeitas em sua administração.