O fim das decisões fáceis
A crescente complexidade das decisões estratégicas exige uma abordagem inovadora que reconheça a incerteza como parte inerente do processo. O método DMDU propõe uma nova forma de tomada de decisão, integrando dados e a colaboração entre especialistas e sociedade para enfrentar problemas danados.
A complexidade da decisão no mundo contemporâneo
Decidir atualmente se destaca pela grande aceleração — crescimento da população, renda, conectividade e impactos ambientais nos últimos 75 anos. Isso torna escolhas estratégicas um desafio repleto de incertezas.
Modelos tradicionais de prever-para-agir, que ajudam a calcular cenários, estão se tornando insuficientes. Eles criam certezas ilusórias e ignoram vozes divergentes, além de acentuar vieses.
Os desafios atuais são considerados wicked problems (problemas danados), como transição energética e regulação de plataformas digitais, onde até as definições de sucesso são debatidas.
A interconexão entre cadeias logísticas e ecossistemas online gera riscos sistêmicos que ultrapassam as fronteiras setoriais, desafiando a previsão isolada.
Proposta do DMDU: O método Decision Making under Deep Uncertainty reorganiza a tomada de decisões em torno de três fundamentos interdependentes. Utiliza ferramentas de descoberta de cenários e algoritmos de MoRDM (Multi-objective Robust Decision Making) para simular combinações de premissas.
Demonstrações práticas como a da Costa Rica mostram a aplicação do DMDU, testando seu plano de descarbonização em diversos cenários, e empresas de água na Carolina do Norte que identificaram estratégias resilientes em condições adversas.
O DMDU orquestra a heurística humana, reunindo especialistas e stakeholders, legitimando decisões e combatendo a tecnocracia opaca.
Pessoas que adotam processos decisórios robustos não eliminarão a incerteza, mas a usarão a seu favor. Aqueles que apostam em certezas correm o risco de falhar em problemas complexos.
"Planejar é tudo; o plano, quase nada." – Dwight Eisenhower