O hospital das despedidas, onde os pacientes vão para morrer com dignidade
Hospital de cuidados paliativos de Salvador oferece conforto e dignidade a pacientes com doenças terminais. Com uma abordagem humanizada, a instituição busca melhorar a qualidade de vida e apoio às famílias durante os momentos difíceis.
A história de Ayrton dos Santos Pinheiro, um corredor de 90 anos, destaca a importância dos cuidados paliativos no Hospital Mont Serrat, em Salvador, inaugurado como o primeiro do SUS para essa finalidade.
No hospital, localizado na Ponta de Humaitá, Ayrton relembra sua vida e a beleza da cidade, enquanto recebe cuidados para o câncer de próstata. A equipe médica prioriza o conforto e a qualidade de vida dos pacientes, com foco na valorização do momento presente.
O Mont Serrat não possui UTI e se diferencia ao integrar cuidados e acolhimento às famílias. O necrotério é central, ao lado da Sala da Saudade, onde as famílias se despedem de entes queridos em um ambiente acolhedor.
A médica Karoline Apolônia destaca que o hospital visa evitar sofrimento, oferecendo conforto e controlando sintomas, sem apressar a morte. O Mont Serrat atende pacientes com expectativa de vida de seis meses e busca integrá-los às suas famílias.
Exemplos de pacientes como Donizete e Helita ilustram a importância do hospital. Ambos encontraram cuidados e acolhimento que não tiveram em outras instituições. A equipe, composta por 430 profissionais, é treinada para proporcionar experiências humanizadas.
Os cuidados paliativos do Mont Serrat, inspirados em modelos internacionais, focam no bem-estar e no conforto, sem estar relacionado à eutanásia. Karoline enfatiza a necessidade de expandir esses serviços diante do aumento da população idosa no Brasil.
O Mont Serrat, envolto em natureza e contemplação, é um espaço onde o mar é visto como um altar, onde pacientes como Ayrton podem desfrutar momentos de paz e reflexão.