O Irã é aqui, o Irã não é aqui
Liberdade de expressão no Brasil enfrenta riscos crescentes com censura e processos judiciais. Humor, crítica e questionamento se tornam alvos de repressão em um cenário de subjetividade e individualismo.
Recentes condenações no Brasil revelam um colapso da liberdade de expressão. Em poucas semanas, um humorista foi condenado por suas piadas; jornalistas enfrentaram processos por ironia - ação movida pelo ministro Gilmar Mendes; o presidente da JAC Motors está sendo processado por criticar isenções para deficientes; e a AGU tentou censurar um documentário que questionava a história de Maria da Penha.
Esses eventos são sinais claros de um fenômeno crescente: a ameaça à crítica, à ficção e ao questionamento, que historicamente foram protegidos pela constituição.
Por décadas, humor, crítica e questionamento foram vistos como direitos democráticos. Hoje, riscos jurídicos cercam esses domínios. O humor é frequentemente classificado como “discurso de ódio”, enquanto o questionamento de leis se torna uma afronta.
A prioritização da sensibilidade pessoal sobre o debate coletivo tem consequências sérias. Causar dor ou constrangimento tornou-se crime, refutando valores como a liberdade e a objetividade.
Assim, minorias ligadas ao poder prevalecem sobre outras, criando hierarquias e opressão entre grupos. Esse fenômeno, no Brasil, é comparável ao fundamentalismo religioso no Irã.
Um Estado que valoriza a subjetividade está a caminho de um regime totalitário. Historicamente, regimes opressivos começam com a ênfase no individualismo, em detrimento de valores coletivos e democráticos.