O laboratório que achou R$ 16,8 bi do crime e descobriu uma fortuna de André do Rap e dos corruptos
Laboratório da Polícia Civil identifica R$ 16,8 bilhões em contas suspeitas no combate ao crime organizado. Avanços tecnológicos e operações estratégicas têm gerado resultados significativos na luta contra a lavagem de dinheiro em São Paulo.
Movimentação criminosa em SP: o Laboratório de Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) da Polícia Civil identificou R$ 16,806 bilhões em valores suspeitos em 100.097 contas de janeiro de 2024 a maio de 2025.
Um destaque é o caso de André do Rap, com R$ 25.168 milhões em contas suspeitas. Outro caso envolve João Cabeludo, que teve R$ 52 milhões em bens perdidos pela Justiça.
O Lab-LD, criado em 2009 e integrado à Rede-LAB em 2014, já foi acionado 170 vezes em 2024, gerando 126 relatórios. Até agora, identificou R$ 9,691 bilhões em valores suspeitos. Neste ano, já foram 90 solicitações, com relatórios apontando R$ 7,115 bilhões.
O laboratório conta com 30 policiais e um delegado, coordenando operações para identificar dinheiro de diferentes crimes, como na Operação Raio-X sobre desvio de verbas da Saúde.
A tecnologia contribui para a coleta de dados, com novo equipamento capaz de extrair informações de dispositivos móveis e ajudar na identificação de criminosos e a origem de recursos.
Ainda assim, os criminosos também utilizam tecnologia para monitorar a polícia. Casos de corrupção interna, como na fuga de Marco Roberto de Almeida, revelam os desafios enfrentados pela polícia na luta contra o crime organizado.
Para combater essa situação, o Dipol criou uma Divisão de Contrainteligência. Porém, a corrupção ainda remete a vulnerabilidades, como demonstrado no caso do delator Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, que teve seus dados vazados antes de ser assassinado.
As descobertas sobre corrupção apontam para uma necessidade urgente de reforço nas medidas de contenção e segurança nas investigações.