O longo caminho do Partido América, de Elon Musk, até se tornar viável
Elon Musk anuncia a criação do "Partido América", um esforço para desafiar o bipartidarismo nos EUA. Especialistas alertam que a tarefa é complexa e requer investimentos significativos para ter sucesso nas eleições federais.
Elon Musk"Partido América", após desentendimentos com o presidente Donald Trump.
O novo partido tem como objetivo derrotar os republicanos que apoiaram o polêmico projeto de lei de corte de impostos da Administração Trump, que pode aumentar a dívida dos EUA em US$ 3,4 trilhões.
Musk descreveu o partido como centrado em tecnologia, preocupado com o orçamento e pró-energia, buscando atrair democratas e republicanos descontentes.
Entretanto, especialistas alertam que construir um novo partido nos Estados Unidos é desafiador, com barreiras como a construção de infraestrutura partidária e organização de voluntários.
David Jolly, ex-congressista republicano, afirma que Musk pode trazer os recursos necessários para o espaço independente, porém estima que isso demandaria 10 anos e US$ 1 bilhão.
Musk também foi criticado por suas tentativas de apoiar candidatos independentes, uma vez que enfrentaria forte concorrência no sistema bipartidário.
Enquanto isso, suas ações na Tesla caíram quase 7% após seu anúncio, levantando preocupações sobre seu foco na empresa.
Musk, que já foi o maior doador para a campanha eleitoral de 2024, pode ter optado por apoiar candidatos republicanos nas primárias, em vez de estabelecer um novo partido.
Suas tentativas anteriores de influenciar eleições, como na Suprema Corte de Wisconsin, falharam, e sua popularidade não é alta entre os eleitores.
Um estudo recente aponta que apenas 36% do público americano vê Musk de forma favorável, contrastando com 42% para Trump.
Como resultado, a viabilidade do "Partido América" e a capacidade de Musk de mobilizar eleitores ainda são questões em aberto na atual paisagem política.