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O menino de Taung, o fóssil que mudou a história ao provar que os humanos se originaram na África

A descoberta do crânio do menino de Taung revolucionou a compreensão da evolução humana, desafiando teorias estabelecidas na época. Apesar da resistência inicial de cientistas, a importância desse fóssil se tornou inegável com o tempo, consolidando a África como o verdadeiro berço da humanidade.

Um século atrás, um artigo de Raymond Dart sobre um fósseis de 2 milhões de anos mudou a visão da evolução humana.

No dia do casamento de um amigo, Dart recebeu fósseis de Australopithecus africanus, enviados por sua aluna Josephine Salmons, de uma pedreira chamada Taung, na África do Sul.

Apesar de estar quase pronto para a cerimônia, sua curiosidade o levou a examinar as caixas. Ignorando os conselhos da esposa, Dora, começou a desenterrar um crânio infantil que revelou características humanas e de macacos.

Ele percebeu que se tratava de um macaco bípede, um achado sem precedentes na época, que levou à reflexão sobre o berço da humanidade na África, confrontando teorias anteriores que localizavam a evolução na Ásia ou Europa.

Dart publicou suas descobertas em Nature, mas enfrentou rejeição e zombarias. Apesar de seu trabalho inovador, muitos cientistas consideraram seu achado apenas um "macaco deformado".

A aceitação de Dart, e suas teorias sobre a origem humana, levaram tempo. Somente na década de 1970, com mais fósseis descobertos e o exame de sua descoberta inicial, sua tese começou a ser reconhecida.

O menino de Taung se tornou uma das descobertas mais importantes do século, aceitando que humanos evoluíram na África, coroando a carreira de Dart antes de sua morte em 1988, aos 95 anos.

O sítio arqueológico de Taung é agora parte do Patrimônio Mundial da Unesco.

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