O ouro ultrapassa a casa dos US$ 3 mil, com as turbulências de Trump no radar de investidores e BCs
O preço do ouro alcança o marco histórico de US$ 3 mil a onça, impulsionado por incertezas econômicas e políticas. A corrida por ativos seguros cresce entre investidores diante da volatilidade nos mercados globais.
O preço do ouro ultrapassou US$ 3 mil por onça pela primeira vez na história, alcançando US$ 3.001,20 nesta sexta-feira, 14, impulsionado por uma onda de compras de bancos centrais e preocupações com a fragilidade econômica.
O aumento de tarifas pelo presidente Donald Trump e a incerteza global contribuíram para a escalada dos preços. Em 25 anos, o ouro teve uma alta de 10 vezes, superando o S&P 500.
Entre o dia da eleição e 12 de março, mais de 23 milhões de onças de ouro, cerca de US$ 70 bilhões, entraram na bolsa de futuros Comex em Nova York, contribuindo para um déficit comercial recorde nos EUA.
Historicamente, saltos no preço do ouro estão ligados a tensões econômicas e políticas. Depois de crises, o metal é visto como uma reserva de valor.
As condições atuais incluem taxas de juros altas e um dólar forte, mas isso atraiu novos compradores, especialmente investidores chineses devido à desvalorização do yuan.
A política comercial agressiva do governo Trump, com tarifas sobre o Canadá, México, União Europeia e China, alimentou incertezas, afetando a economia global. Ian Samson, da Fidelity, destacou a insegurança política nos EUA como um fator impactante.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a compra de ouro pelos bancos centrais dobrou, refletindo uma cautela em confiar no dólar americano como reserva. A China, Polônia, Índia e Turquia foram líderes nas compras.
Apesar da alta recente, o ouro ainda está muito abaixo do pico histórico ajustado pela inflação de US$ 3,8 mil de 1980. Especialistas acreditam em um futuro crescimento do valor do metal, com o Bank of America prevendo que a demanda de investimento precisaria aumentar em 10% para chegar a US$ 3,5 mil por onça.