O país que se prepara para uma invasão russa
Civis na Polônia se mobilizam para treinamento militar em resposta a ameaças da Rússia. Programa de capacitação inclui táticas de combate e primeiros socorros, refletindo crescente preocupação com a segurança nacional.
Cidadãos poloneses em treinamento militar no campo próximo a Wroclaw buscam aprender a atirar e a se defender. O programa "Treine com o Exército" ensina combate corpo a corpo e primeiros socorros, com foco na preparação para uma possível agressão da Rússia. O capitão Adam Sielicki destaca a importância do treinamento, que já tem vagas esgotadas e pode ser expandido para todos os homens adultos da Polônia.
A Polônia planeja investir quase 5% do PIB em defesa, o maior percentual da Otan, visando fortalecer suas Forças Armadas e responder à ameaça militar russa. O primeiro-ministro Donald Tusk anunciou planos para construir "o exército mais forte da região". O investimento inclui aquisição de aviões, navios e mísseis de potências como EUA, Suécia e Coreia do Sul.
Durante o treinamento, Dariusz se mostra disposto a se voluntariar em caso de invasão. Outros, como Agata, mencionam a preocupação com a insegurança aumentada pela política norte-americana e a possibilidade de não haver apoio dos EUA. Recentemente, os EUA começaram a redistribuir tropas na Polônia, gerando apreensão.
A Polônia está em processo de negociação de acordos de defesa com a França e o Reino Unido, buscando alternativas para reduzir a dependência militar dos EUA. Tomasz Szatkowski, representante da Polônia na OTAN, ressalta a necessidade de desenvolver capacidades próprias de defesa.
As lembranças históricas da ocupação russa ainda influenciam o pensamento polonês. Wanda Traczyk-Stawska, veterana de 98 anos, reforça que é melhor estar preparado do que esperar. A Polônia pretende aumentar seu efetivo militar para meio milhão de tropas, tornando-se o segundo maior exército da OTAN.
O aumento da demanda por abrigos antiaéreos reflete o receio da população, especialmente após a eleição de Trump. Embora muitos cidadãos estejam se preparando, uma pesquisa mostra que apenas 10,7% estão dispostos a se alistar.
A desconfiança persiste entre os jovens, com muitos indicando que prefeririam fugir em caso de guerra, ressaltando uma divisão entre a vontade de se defender e a percepção da guerra como algo distante.