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O papel da maçonaria na independência dos países da América Latina

A maçonaria, cercada de mistérios e lendas, é frequentemente associada a figuras históricas da independência na América Latina. Estudiosos, no entanto, ressaltam que sua influência pode ter sido mais propagandística do que efetiva nos processos de emancipação.

O mistério da maçonaria gerou teorias da conspiração sobre seu controle de poder e finanças internacionais. A Igreja Católica a proibiu, considerando a doutrina inconciliável com a maçonaria.

Há mitos de que a maçonaria influenciou a Revolução Francesa e guerras de independência na América Latina. Simón Bolívar é o único herói documentado como maçom, apesar de seu envolvimento ser questionado.

A chegada da maçonaria na América Latina ocorreu com lojas fundadas no Caribe no século 18, durante a expansão dos impérios. Na Espanha, a maçonaria foi considerada uma heresia e perseguida pela inquisição.

A primeira loja documentada na América é a "Três Virtudes Teologais", fundada em 1808 na Colômbia. A Loja Lautaro, com filiais em Santiago e Buenos Aires, uniu a oposição pró-independência, embora não se tenha evidências concretas da afiliação de líderes como San Martín e O'Higgins à maçonaria.

A propaganda antimaçônica ajudou a criar sociedades secretas que, embora não fossem maçônicas, foram fundamentais para a independência. As verdadeiras lojas maçônicas começaram a se institucionalizar na América Latina apenas no século 19.

Maçons como Benito Juárez e a evolução das lojas influenciaram a política após independências. No entanto, muitos heróis da independência, como Francisco de Miranda, têm suas ligações maçônicas questionadas.

O impacto da maçonaria na vida de Bolívar é considerado mínimo, apesar de suas credenciais maçônicas serem confirmadas. Já José Miguel Carrera utilizou as lojas para contatos estratégicos, não por sua afiliação maçônica.

Atualmente, estima-se que existam cerca de 350 mil maçons na América do Sul, com influência variável em cada país, notável no Chile nas décadas de 1940 a 1960, onde a maioria dos líderes era maçom.

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