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O paradoxo ‘trumpiano’: perfurações de petróleo nos EUA precisam de preços altos para aprovação

A indústria de shale nos EUA enfrenta desafios financeiros devido às tarifas impostas pela administração Trump, que afetaram tanto os preços do petróleo quanto os custos de insumos. Esse cenário cria incertezas sobre a viabilidade das operações e futuras investigações no setor.

Impacto das tarifas de Trump no setor de petróleo e gás

As tarifas impostas pelo governo Trump provocaram ondas de choque na economia global, afetando a produção e exploração de óleo e gás de shale nos EUA.

Após o anúncio do pacote tarifário, houve uma queda imediata no preço do petróleo. O West Texas Intermediate (WTI) caiu para aproximadamente US$ 60/barril em abril, mantendo esse nível, exceto durante um breve aumento para US$ 80/barril devido à guerra entre Irã e Israel.

A lógica por trás desse impacto é clara: tarifas elevadas geram receios de menor crescimento econômico e, portanto, redução no consumo de energia.

A incerteza econômica e o aumento das barreiras comerciais causaram uma "tempestade perfeita" para o setor, que depende de preços favoráveis e custos controlados, especialmente de aço e alumínio, ambos afetados pelas tarifas.

Atualmente, apesar do preço do petróleo estar acima do ponto de breakeven técnico de muitos produtores de shale (em torno de US$ 62,50/barril), a realidade financeira na Bacia Permiana é complexa. O WTI em US$ 60 a US$ 62 coloca muitos operadores em risco de inviabilização de novas operações.

Durante o conflito Irã-Israel, Trump ameaçou fornecedores que aumentassem os preços do petróleo, o que revela uma contradição nas suas políticas. Enquanto "drill, baby, drill" requer altos preços ou subsídios, a realidade financeira e a dívida pública americana tornam isso improvável.

As pressões por preços baixos do óleo tendem a persistir até que o estoque regulador americano se esgote, levando a uma provável elevação dos preços do barril e viabilizando novamente o shale americano.

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