O Paraguai pede explicação ao Brasil sobre espionagem com ‘posição firme’

Governo do Paraguai reafirma sua posição firme em relação à espionagem brasileira sobre informações da hidrelétrica binacional Itaipu.

Na quarta-feira (18), o ministro da Indústria e Comércio, Javier Giménez, declarou que o governo paraguaio aguarda explicações do Brasil sobre as ações de espionagem reveladas recentemente. Segundo ele, o governo Lula nega envolvimento, mas admite que operações ocorreram durante a gestão de Jair Bolsonaro.

Em março, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) admitiu uma operação de espionagem contra o Paraguai em 2022, encerrada em 27 de março de 2023. Em abril, ministros dos dois países se reuniram e concordaram em retomar as relações.

Giménez destacou que o Paraguai espera um documento explicativo e que as negociações sobre o Anexo C do Tratado de Itaipu estão paralisadas até que a situação seja resolvida. Este anexo exige que o Paraguai venda energia excedente ao Brasil a preços preferenciais.

Em 2024, Brasil e Paraguai concordaram em aumentar as tarifas pagas pelo Brasil em três anos, subindo para US$ 19,28 por quilowatt-mês.

A imprensa paraguaia reportou que o governo Lula pode ter continuado atividades de espionagem, incluindo acesso a um discurso do ex-ministro Julio Arriola antes de sua apresentação em março de 2023.

Giménez reafirmou o desejo do Paraguai de reconstruir relações com o Brasil, seu principal parceiro comercial.

Com informações da EFE

Publicado por Carolina Ferreira