O plano da Arauco para escoar a produção de celulose da maior fábrica do mundo até o Porto de Santos
A Arauco enfrenta um desafio logístico significativo para garantir o escoamento da produção da maior fábrica de celulose do mundo, cuja infraestrutura deve ser concluída até 2027. Com um investimento bilionário, a empresa busca otimizar o transporte da celulose até o Porto de Santos, essencial para atender mercados internacionais.
Arauco, grupo chileno, está construindo a maior fábrica de celulose do mundo em Mato Grosso do Sul. O desafio até 2027 é montar a infraestrutura logística para exportar 3,5 milhões de toneladas anuais da commodity, com destino a mercados como China, Europa e América do Norte.
A fábrica em Inocência terá um trajeto de 1.050 km até o Porto de Santos, utilizando principalmente transporte ferroviário. A previsão é de movimentar 9,6 mil toneladas por dia com trens de 100 vagões especiais.
O projeto, nomeado Sucuriú, está sendo liderado por Alberto Pagano, diretor de logística da Arauco. O investimento total é de US$ 4,6 bilhões e envolve cerca de 14 mil trabalhadores durante o pico das obras, previstas para iniciar a produção em 2027.
O ramal ferroviário, com 47 km de extensão, terá um custo de R$ 1 bilhão e já possui autorização da ANTT. Além disso, a Arauco está adquirindo locomotivas e vagões por aproximadamente R$ 1,4 bilhão.
A empresa estuda soluções logísticas alternativas, incluindo transporte hidroviário, que poderá retirar 6 mil caminhões das estradas mensalmente, reduzindo as emissões de CO₂.
Pela primeira vez, a Arauco recebeu autorização da ANTT para operar como Agente Transportador Ferroviário, buscando parcerias com diversas operadoras ferroviárias.
Acompanhando a expansão, Arauco planeja aumentar a produção para até 5 milhões de toneladas anualmente e reforçar suas operações no Brasil, que já é o segundo maior produtor mundial de celulose de fibra curta, atrás apenas da Suzano.
A produção de celulose no Brasil, em 2023, atingiu 24,3 milhões de toneladas, com a expectativa de crescimento contínuo, especialmente em Mato Grosso do Sul, que está se consolidando como um polo desse setor.