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O preço da ausência de Israel na mesa de negociações do Oriente Médio

A ausência de Israel nas negociações em andamento no Oriente Médio pode comprometer seriamente seu futuro estratégico e político. A escolha de Netanyahu em priorizar sua continuidade política em vez de participar do processo decisório pode resultar em consequências desastrosas para o país.

No Oriente Médio, a frase do embaixador Uri Savir destaca a importância de estar presente nas decisões políticas. Segundo ele, "se você não está à mesa, está no cardápio".

Em maio de 2025, Israel está ausente da “mesa” que Donald Trump abriu, que redefine o cenário estratégico da região. Esta ausência é uma escolha consciente do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que prioriza sua continuidade política em vez de integrar-se a um processo histórico que impacta diretamente a segurança e a economia de Israel.

Trump, por sua vez, já não tem paciência para a hesitação de Netanyahu e está avançando em negociações significativas com países do Golfo, enquanto Israel fica relegado à margem. A situação se agrava à medida que Trump trabalha em acordos militares que podem enfraquecer a superioridade militar israelense.

A recusa de Netanyahu em participar desse processo pode condenar Israel a um futuro incerto, exacerbando o conflito em Gaza e fazendo do país um ator desestabilizador da região. Tais dinâmicas contrastam com os Acordos de Abraão, onde Netanyahu acreditava ter excluído os palestinos da equação estratégica.

Embora a possibilidade de cooperação regional para Israel ainda exista, a participação tardia nas negociações pode resultar em influência reduzida e na coleta das migalhas deixadas à mesa. Netanyahu, conhecedor das regras de negociação, poderia ter utilizado a oportunidade de moldar o processo, mas sua ausência a tornou limitada.

Com a mesa de decisões se formando, Israel deve reconsiderar sua posição, pois a perda de influência não é apenas uma questão de Netanyahu, mas do Estado de Israel como um todo.

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