O preço das tarifas de Trump: setores de aço e alumínio podem perder até US$ 2,9 bi
Estudos indicam que as tarifas de Trump podem levar a perdas de até US$ 2,9 bilhões nas exportações brasileiras de aço e alumínio. O setor siderúrgico nacional, embora afetado, possui mecanismos para minimizar os danos.
Tarifas Americanas Impactam Exportações de Aço e Alumínio do Brasil
A aplicação de tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio pelos EUA, sob ordem do presidente Donald Trump, terá impacto limitado na economia brasileira, mas poderá resultar em perdas de até US$ 2,9 bilhões nas receitas de exportação.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) projeta uma queda de 2,19% na produção e uma contração de 11,27% nas exportações de metais até 2025. Isso implica uma perda de US$ 1,5 bilhão e redução de quase 700 mil toneladas na produção.
As principais empresas afetadas são ArcelorMittal, Ternium e CSN, que são as maiores exportadoras de aço para os EUA. O aço exportado é, em sua maioria, semiacabado, utilizado em indústrias como a automotiva.
A Gerdau, com 11 unidades nos EUA, deve evitar custos adicionais, pois 35% de suas operações estão no país.
Fernando Ribeiro, do Ipea, ressalta a importância de negociações para mitigar os impactos. Yasmin Riveli, da Tendências Consultoria, estima perdas entre US$ 1,8 e US$ 2,9 bilhões nas exportações brasileiras.
Em 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os EUA, enviando 4,08 milhões de toneladas, equivalendo a 15,5% das importações americanas, totalizando US$ 2,99 bilhões.
No alumínio, o Brasil exportou US$ 796 milhões, focando em produtos semi-manufaturados.
Impacto no PIB
Em termos macroeconômicos, a queda no PIB do Brasil será de apenas 0,01%, com uma redução de 0,03% nas exportações totais e um aumento na balança comercial de US$ 390 milhões.
Para os EUA, o impacto no PIB será de -0,02%, enquanto exportações e importações devem cair -0,39% e -0,66%, respectivamente.
Outros setores, como máquinas e equipamentos, também sofrerão quedas de produção devido ao aumento de custos com aço, variando de -0,5% a -1,1% nas exportações.