O que as maternidades vazias têm a ver com investimentos?
Declínio na taxa de natalidade marca uma nova fase demográfica no Brasil e no mundo. O envelhecimento populacional e a diminuição de nascimentos trazem desafios significativos para as economias e sistemas sociais globais.
Brasil registra quinta queda consecutiva em nascimentos, atingindo a menor taxa de natalidade desde 1976, segundo o IBGE. Este cenário reflete o envelhecimento da população e a diminuição do bônus demográfico, o que pode aumentar a demanda por serviços de saúde, assistência social e aposentadorias.
Economias desenvolvidas enfrentam um ponto de inflexão demográfico, com muitos países, incluindo Japão, Coreia do Sul, Itália, Alemanha e China, já em declínio populacional. O Japão perdeu quase 3 milhões de habitantes desde 2008, enquanto a taxa de fecundidade da Coreia do Sul caiu a um recorde de 0,72 em 2023.
O declínio populacional implica menos trabalhadores e consumidores, afetando mercados como moda, fast food e entretenimento. A migração e inovação tecnológica, como automação e inteligência artificial, podem ajudar, mas não compensarão completamente a perda de força de trabalho.
Países com políticas de imigração rígidas podem sofrer mais, enquanto Canadá e Austrália, com políticas mais abertas, têm maior potencial de prosperidade. O sucesso à frente dependerá de adaptabilidade cultural, coesão social e inovação política.
Além das implicações econômicas, o despovoamento exige uma redifinição psicológica sobre o sucesso, priorizando sustentabilidade e qualidade de vida. O desafio central é reformar sistemas para um mundo menor, mas ainda próspero. O setor de investimentos pode desempenhar um papel crucial na preparação para essa nova realidade.
Aquilias Mosca, CEO da BNP Paribas Asset Management no Brasil, destaca a importância da adaptação e inovação em face das mudanças demográficas.