O que dizia o dossiê secreto que levou Israel à guerra contra o Irã e por que ele é polêmico
Israel justifica a guerra contra o Irã com alegações de que Teerã está próximo de desenvolver uma arma nuclear. A comunidade de inteligência americana, no entanto, manifesta ceticismo em relação à gravidade da ameaça apresentada.
Israel inicia guerra contra o Irã em 13 de junho, alegando que o país alcançou um ponto sem volta na busca por armas nucleares. Informações de inteligência apoiaram um ataque imediato e foram compartilhadas com os EUA e aliados ocidentais, influenciando decisões sobre apoio à guerra.
A The Economist, embora sem acesso direto às informações, obteve dados que indicam um esforço acelerado dos cientistas iranianos para a "militarização" nuclear. Um dossiê israelense alega:
- Os cientistas iranianos acumulam material nuclear não monitorado.
- Reuniões programadas entre cientistas e comandantes de mísseis para discutir a integração de uma ogiva nuclear.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirma que o Irã possui mais de 400 kg de urânio altamente enriquecido. Revelações anteriores sobre o programa nuclear iraniano incluem:
- Planos para um teste frio de arma nuclear em 2003.
- Trabalho contínuo relacionado a armas nucleares sob a Organização de Inovação e Pesquisa Defensiva do Irã.
Israel afirma que um "Grupo Especial de Progresso" foi criado para acelerar a produção de uma bomba, após a morte do ex-diretor da AMAD, Mohsen Fakhrizadeh. Cientistas têm se reunido para discutir o "acoplamento" de ogivas nucleares a mísseis balísticos.
Apesar das alegações israelenses, serviços de inteligência ocidentais permanecem céticos quanto à iminência da ameaça. O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, declarou que não há evidências claras de um avanço sistemático para armas nucleares.
David Albright, físico nuclear, reconhece que algumas evidências israelenses são variadas, mas destaca um consenso sobre o impulso do Irã em militarização. A visão israelense é mais alarmista, alertando sobre um "ponto sem volta" na corrida nuclear.
O ataque de 13 de junho incluiu o assassinato de cientistas e o bombardeio de instalações nucleares. Israel busca atrasar o programa nuclear do Irã, visando danos significativos a usinas de enriquecimento subterrâneas.