O que esperar do Ibovespa com a taxa básica de juros no maior patamar desde 2016?
Investidores enfrentam desafios na bolsa brasileira com a Selic elevada, mas há oportunidades em setores resilientes. Apesar da volatilidade, ações estratégicas podem oferecer vantagens em um cenário econômico adverso.
A Selic a 14,25% ao ano, o nível mais alto desde outubro de 2016, apresenta um desafio para a bolsa brasileira. Com juros acima de 1% ao mês, por que investir em ações?
Hoje, o giro financeiro do Ibovespa foi de R$ 18,5 bilhões, apenas 13% acima da média diária dos últimos 12 meses, indicando baixa movimentação. Na noite anterior, o Copom confirmou a alta de 1 ponto na Selic e sinalizou novos ajustes.
O Ibovespa cedeu 0,38% e fechou a 132.008 pontos, mas acumula ganhos de 2,4% na semana, 7,5% em março e 9,75% no ano. A previsibilidade do Copom foi crucial, com o mercado já esperando essas altas.
O movimento de hoje não reflete uma mudança de tendência, pois tecnicamente o índice ainda está em alta nos prazos curto e médio. Foram seis dias consecutivos de alta até ontem. O dólar subiu 0,5% para R$ 5,68, mas recuou 1,2% na semana.
A XP prevê que juros altos impactem setores como transportes e agro, com quedas nos lucros médios. No entanto, empresas resilientes que não dependem do CDI, possuem caixa líquido e operações de hedge devem se sair melhor. Essas empresas, que compõem o Ibovespa, ainda estão com preços abaixo de patamares históricos.
Apesar disso, a XP recomenda um posicionamento defensivo na carteira de ações, prevendo que a Selic pode chegar a 15,5% em junho. O foco estará em ações robustas, com capacidade de repassar inflação e baixa alavancagem.
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