O que mudou na Eletrobras três anos após a privatização; entenda
Eletrobras registra avanços significativos em custos e investimentos após privatização, mas ações ainda não refletem resultados esperados. Desafios no setor elétrico e intervenções governamentais impactam a valorização dos papéis da empresa no mercado.
Eletrobras começa a ver resultados da privatização, três anos após a venda.
A empresa reduziu:
- 18% nos custos operacionais;
- 27% no número de funcionários;
- Mais de R$ 13 bilhões em passivos de empréstimos compulsórios.
Investimentos aumentaram de R$ 4,6 bilhões em 2021 para R$ 7,7 bilhões em 2024.
A privatização ocorreu em junho de 2022, reduzindo a participação do governo de 65% para 40% e movimentando mais de R$ 30 bilhões.
Apesar das melhorias, os papéis da empresa não se valorizaram conforme esperado. No dia 17, a ação ordinária fechou em R$ 41,44, abaixo do R$ 42 da oferta inicial.
O presidente Ivan Monteiro expressou preocupação com os 300 mil investidores que usaram o FGTS para comprar ações hoje desvalorizadas. A empresa pagou dividendos de R$ 4 bilhões em 2024.
Fatores da inércia dos papéis incluem:
- Sobreoferta de energia;
- Cenário macroeconômico adverso;
- Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que limita o poder de voto do governo.
Após o acordo com a União, ficam riscos políticos, já que o governo ainda possui mais de 40% das ações. Mudanças em políticas regulatórias podem impactar a Eletrobras.
Analistas avaliam que a falta de valorização dos papéis está atrelada ao momento atual do mercado, com menos atenção às ações em comparação à renda fixa.
A liberação gradual da energia pode impulsionar a companhia, porém, o cenário de preços futuros se alterou devido ao crescimento da geração solar distribuída.
A perspectiva de rating da companhia foi alterada de negativa para neutra, mas ainda abaixo da nota do Brasil.