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O que o veto da Suécia ao OnlyFans indica sobre trabalho sexual na economia de bicos

Suécia implementa nova lei que criminaliza o pagamento por pornografia ao vivo, refletindo o Modelo Nórdico aplicado ao contexto digital. A medida visa proteger trabalhadores sexuais, mas levanta questões sobre sua eficácia e os impactos na comunidade online.

Suécia avança na repressão ao trabalho sexual digital

A Suécia, conhecida por seu modelo nórdico de prostituição, criminalizou a compra de sexo, mas não sua venda, buscando proteger mulheres vulneráveis. Em 1º de julho, uma nova lei entrará em vigor, criminalizando o pagamento por pornografia ao vivo em plataformas como OnlyFans. As penalidades incluem até um ano de prisão para infratores.

Atualmente, muitos trabalhadores sexuais estão migrando para o ambiente digital. Nos EUA, 14% dos jovens consideram vender conteúdo online, e no Reino Unido, 10% visitaram sites de sexo ao vivo. No entanto, na Suécia, 8% das adolescentes de 15 a 19 anos já enviaram conteúdo sexual em troca de dinheiro.

Um estudo revelou que 88% dos trabalhadores sexuais entrevistados relataram abuso infantil. A nova legislação visa tratar o trabalho sexual virtual da mesma forma que o físico, com apoio de autoridades que acreditam que a prostituição digital pode ser uma porta de entrada para o sexo presencial.

Os defensores do modelo nórdico argumentam que há evidências de redução na demanda e na prostituição de rua. Contudo, críticos afirmam que a mudança do trabalho sexual para o digital pode ter aumentado a clandestinidade, dificultando a proteção de trabalhadores vulneráveis.

A Aliança Europeia pelos Direitos dos Trabalhadores Sexuais critica a nova lei, que pode isolar ainda mais trabalhadores, especialmente migrantes. O contraste com a Bélgica, que legalizou completamente o trabalho sexual em 2022, levanta questões sobre eficácia e direitos dos trabalhadores.

Enquanto a regulamentação do trabalho sexual físico avança em alguns países, a situação do trabalho sexual virtual continua complexa. As evidências sugerem que o trabalho online pode ser mais seguro e oferecer mais autonomia, implicando na necessidade de uma abordagem equilibrada que minimize riscos e promove inovações.

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