O que sucesso do 'Pix da Índia' revela sobre ofensiva de Trump contra o Pix brasileiro

Sistema de pagamentos instantâneos: UPI vs. Pix

O Unified Payments Interface (UPI), da Índia, é anterior ao brasileiro Pix, possui mais funcionalidades e é parte de uma iniciativa governamental. Apesar disso, o UPI não está sob investigação dos EUA, ao contrário do Pix, que é analisado por práticas "desleais" desde 15 de julho.

O Pix é mencionado indiretamente no documento do Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) e recebeu elogios do economista Paul Krugman e do governo brasileiro, em defesa do sistema. Por outro lado, a Índia enfrenta tarifas adicionais de 25% dos EUA, mas por sua compra de petróleo da Rússia.

Origem do UPI

Lançado em 2016, o UPI permite transações instantâneas sem dados bancários e é parte do projeto India Stack. Hoje, 500 milhões de indianos usam o UPI, que responde por 83% das transações digitais no país.

Funcionalidades (UPI e Pix)

• Pagamentos recorrentes automáticos (2020 no UPI vs. recente no Pix)
• Pagamentos offline e comando de voz (presente no UPI, não no Pix)

Expansão internacional do UPI

Com parcerias, o UPI já é utilizado em vários países, incluindo Butão e França. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, está promovendo sua adoção entre países dos Brics.

Papel do Banco Central

O Pix foi controlado pelo Banco Central brasileiro, obrigando a adesão de grandes instituições, enquanto o UPI é mais flexível, resultando em rápidas taxas de adoção no Brasil (74% da população em 3 anos).

Investigações comerciais e pressões externas

A investigação comercial dos EUA sobre o Brasil menciona o Pix como possível ameaça para empresas americanas. O argumento é que o sistema "desenvolvido pelo governo" poderia prejudicar a concorrência no setor de pagamentos.

Comparações e impactos

Embora ambos sistemas promovam inclusão financeira, o UPI favorece grandes empresas americanas, enquanto o Pix fortalece o ecossistema local. A participação de multinacionais no UPI levanta preocupações sobre privacidade e concentração no mercado.

O debate foi destacado por Thiago Aragão, que vê o Brasil como um mercado estratégico para empresas de tecnologia. A inclusão promovida por ambos os sistemas aumentou o crescimento anual de novos clientes em bancos.