O risco é uma espécie de taxa de juros que desconta o futuro, e ela é tão maior, quanto mais incerto é o ambiente
A incerteza no mercado financeiro aumenta diante da administração de Donald Trump e suas ações geopolíticas. Investidores adotam uma postura cautelosa, priorizando segurança em tempos de volatilidade.
O processo de investimentos envolve planejar a distribuição de recursos em alternativas atraentes para alcançar objetivos, respeitando o nível de aversão ao risco e as restrições de fluxo de caixa.
É essencial notar a importância do julgamento na tomada de decisões, já que investir tem muitas incertezas. Ao contrário das apostas, investimentos são baseados em informações e experiências.
Desde a posse de Donald Trump, há uma sensação de incerteza no mercado. Embora sua eleição tenha inicialmente animado operadores, as promessas se tornaram fontes de preocupação, especialmente com os impactos de tarifas sobre a economia.
O Índice S&P 500 subiu 5% entre a eleição e a posse, mas desde então caiu mais de 5%, refletindo a crescente incerteza econômica.
Analistas alertam para o risco de estagflação, onde a economia não cresce enquanto os preços aumentam. A falta de previsibilidade no cenário econômico leva empresários e investidores a adiarem decisões, contribuindo para a estagnação.
No campo da geopolítica, Trump tem criado atritos com parceiros históricos como México, Canadá e países da Zona do Euro, enquanto se aproxima da Rússia. Isso gerou ceticismo no mercado financeiro.
Atualmente, investidores estão adotando uma postura cautelosa. Em tempos de incerteza, é preferível escolher uma estrada mais longa com maior previsibilidade, mesmo que isso signifique abrir mão de retornos imediatos.
A avaliação do risco se torna mais vital em ambientes incertos, já que maior risco significa maior “taxa de juros” que desconta o futuro.
Hudson Bessa, Economista e sócio da HB Escola de Negócios.