Objetivo é reduzir para até 15% tarifas que não estão na exclusão, diz ex-embaixador
Rubens Barbosa defende negociações para reduzir tarifas de importação dos EUA após lista de exclusão beneficiar apenas metade das exportações brasileiras. Especialistas alertam sobre os desafios enfrentados por indústrias não contempladas e possíveis impactos econômicos decorrentes da situação.
Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil, afirma que os setores não beneficiados pela isenção de tarifa de 50% dos EUA devem trabalhar para reduzir impostos em negociações. O objetivo é alcançar tarifas de importação de 15% ou 20%.
A declaração foi feita durante a live “As Medidas do Governo Trump e os Efeitos para o Brasil”, promovida pela FecomercioSP. Participaram também Otaviano Canuto e Thiago de Aragão.
Barbosa destacou que a isenção beneficiou 50% das exportações brasileiras, aliviando o impacto no setor industrial e agrícola. Ele pediu por comunicação entre os governos para facilitar as negociações.
Thiago de Aragão comentou que as indústrias estão se adaptando à lista de isenção e buscando novos mercados. Ele alertou para a possibilidade de redução de investimentos se não conseguirem redirecionar a produção.
Barbosa sugeriu o envio de uma alta autoridade brasileira para dialogar com os EUA, como o vice-presidente ou um telefonema do Lula ao Trump.
Setores como café e cacau ficaram de fora da isenção. Aragão acredita que isso foi estratégico de Trump para exercer pressão política. Ele analisou o comportamento de Trump, que utiliza gatilhos políticos para decisões comerciais.
Canuto afirmou que a guerra tarifária não trará efeitos positivos para a economia dos EUA, e os primeiros impactos inflacionários já são visíveis. He acredita que o PIB dos EUA pode ser menos dinâmico no segundo semestre, mas não necessariamente levará à recessão.