Obstrução de bolsonaristas ameaça derrubar correção da tabela do Imposto de Renda
A oposição bloqueia as sessões no Congresso em protesto, colocando em risco a aprovação da ampliação da isenção de Imposto de Renda. A medida, que beneficia contribuintes até dois salários mínimos, pode ficar sem efeito se não for aprovada até segunda-feira.
Oposição bloqueia sessões na Câmara e Senado, protestando contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O bloqueio ameaça a ampliação da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até dois salários mínimos, já estabelecida por uma medida provisória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A isenção atualmente abrange salários de até R$ 3.036, com uma correção de 7,5% no limite isento, que foi elevado de R$ 2.259,20 para R$ 2.428,80.
A medida provisória precisa ser aprovada pelo Congresso até segunda-feira (11). Caso contrário, a faixa de isenção volta aos valores anteriores a partir da terça (12).
Deputados e senadores bolsonaristas ocupam os plenários como pressão para pautar o que chamam de "pacote da paz", incluindo a anistia aos golpistas de 8 de janeiro.
As sessões foram canceladas na terça (5), e reuniões com todos os líderes partidários foram convocadas para a quarta às 16h, com o objetivo de negociar um acordo.
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) criticou o bloqueio, afirmando que isso poderá aumentar o número de brasileiros pagando Imposto de Renda. "Isso é fazer oposição ao Brasil", declara.
Em resposta, o senador Jorge Seif (PL-SC) disse que o desejo da oposição é pressionar os presidentes da Câmara e Senado a pautar a anistia a Bolsonaro e aos condenados pelos atos golpistas.
A Receita Federal projeta um impacto de R$ 3,29 bilhões em renúncia fiscal em 2025, R$ 5,34 bilhões em 2026 e R$ 5,73 bilhões em 2027.
Alguns governistas sugerem realizar a sessão de forma remota, mas o presidente do Senado descarta essa possibilidade, criticando a ocupação como "exercício arbitrário" da oposição.